Representantes das concessionárias Sanessol e da Esap, empresas do grupo Iguá Saneamento e Aviva Ambiental, recepcionam 16 especialistas do setor de saneamento da Comitiva Internacional da República de Moçambique para uma visita técnica nas instalações dos sistemas de água e esgoto de Mirassol e Palestina.
A ação faz parte do Projeto de Promoção da Sustentabilidade dos Sistemas de Abastecimento de Água, Higiene e Saneamento Rural na província de Niassa com financiamento da Agência Japonesa de Cooperação Internacional (JICA) e apoio do Governo do Japão.
O cronograma começou nesta segunda-feira (19) para apresentação da história, avanços, conquistas e números das concessionárias. Na terça e na quarta-feira (20 e 21), eles iniciam as visitas técnicas nas estações de tratamento de esgoto Fartura, em Mirassol, e Jurupeba E Piau, em Palestina, além dos laboratórios de análises de água e parte dos reservatórios de água que compõem os sistemas de abastecimento desses municípios.
“As infraestruturas de abastecimento de água na Província de Niassa, Moçambique, apresentam enormes dificuldades de sustentabilidade, estando algumas inoperacionais. Espera-se com esta visita adquirir conhecimento e boas práticas que possa servir de referência ao Projeto em execução em Moçambique”, explica Arlindo da Fonseca Correia, chefe da Repartição de Águas Urbanas, Direção Nacional de Abastecimento de Água e Saneamento, Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos.
Notoriedade no setor
De acordo com o diretor geral da Sanessol e da Esap, Luís Guilherme Bizelli, esta visita mostra o quanto Mirassol e Palestina são destaques no cenário nacional com 100% de esgoto e água tratados. Segundo dados do SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento), somente 51,20% do volume gerado é tratado – isto é, mais de 5,5 mil piscinas olímpicas de esgoto são despejadas na natureza diariamente. E no último ranking do saneamento da Abes (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental), divulgado em 2021, apenas 23 municípios de pequeno porte do Brasil atingiram a universalização com acesso de 100% à água e esgoto tratados.
“Receber essa delegação, no contexto da cooperação técnica que firmaram com a agência de desenvolvimento japonesa, significa o reconhecimento internacional do case de sucesso em eficiência operacional das concessionárias mais maduras operadas por nós”, ressalta Vaney Iori, diretor da Aviva Ambiental.
Combate às perdas
A Sanessol e a Esap realizam um trabalho contínuo de redução de perdas. Palestina tem um dos menores índices de perda de água do mundo, com cerca de 10% e Mirassol com 22%, muito menor do que a média nacional – 40%.
Esses excelentes indicadores são frutos de constantes investimentos e atuação de uma equipe técnica especializada. “A eficiência na gestão dos recursos hídricos é um dos pilares das ações de sustentabilidade e o resultado disso são esses indicadores. Com uma equipe técnica especializada e constantes investimentos, conseguimos atingir essa média de perdas, um verdadeiro orgulho para nossa equipe oferecer esses resultados satisfatórios para os municípios'', complementa Bizelli.
De acordo com a nova edição do estudo: “PERDAS DE ÁGUA 2023 (SNIS 2021): DESAFIOS PARA DISPONIBILIDADE HÍDRICA E AVANÇO DA EFICIÊNCIA DO SANEAMENTO BÁSICO NO BRASIL”, o volume total de água perdida em 2021 (cerca de 7,3 bilhões de m³) equivale a quase oito mil piscinas olímpicas de água tratada desperdiçadas diariamente ou mais de sete vezes (7,4) o volume do Sistema Cantareira – o maior conjunto de reservatórios do Estado de São Paulo.
Desafios de Moçambique
- Não existe registro de operações como produção de água, tempo de operação das bombas, monitoria da qualidade da água.
- Não existe registro das manutenções realizadas.
- O índice de cobrança das tarifas de água é inferior a 50% em média de água.
- A hora de abastecimento de água é de 3 a 4 horas por dia.
- Alguns operadores abandonaram a gestão devido à deterioração da situação financeira.